6.6.09

Usa-se ou ignora-te!!!


Gosto muito dos textos da escritora e jornalista Martha Medeiros, e como hoje estou sem muita paciência (perdão seguidores, rs) para escrever e sem cabeça para pensar, quem sabe amanhã né, postarei algo meu... Mas, tenho o devido respeito por vocês, então acho que ao menos uma opinião sobre o texto, passarei!!!

Então vamos la... Leiam o texto e a seguir minha humilde e eloqüente opinião...


Modo de usar-me!!! Martha Medeiros


"Coitada, foi usada por aquele cafajeste". Ouvi essa frase na beira da praia, num papo que rolava no guarda-sol ao lado. Pelo visto a coitada em questão financiou algum malandro, ou serviu de degrau para um alpinista social, sei lá, só sei que ela havia sido usada no pior sentido, deu pra perceber pelo tom do comentário. Mas não fiquei com pena da coitada, seja ela quem for.

Não costumo ir atrás desta história de "foi usada". No que se refere a adultos, todo mundo sabe mais ou menos onde está se metendo, ninguém é totalmente inocente. Se nos usam, algum consentimento a gente deu, mesmo sem ter assinado procuração. E se estamos assim tão desfrutáveis para o uso alheio, seguramente é porque estamos nos usando pouco. Se for este o caso, seguem sugestões para usar a si mesmo: comer, beber, dormir e transar, nossas quatro necessidades básicas, sempre com segurança, mas também sem esquecer que estamos aqui para nos divertir.

Usar-se nada mais é do que reconhecer a si próprio como uma fonte de prazer. Dançar sem medo de pagar mico, dizer o que pensa mesmo que isso contrarie as verdades estabelecidas, rir sem inibição – dane-se se aparecer a gengiva. Mas cuide da sua gengiva, cuide dos dentes, não se negligencie. Use seu médico, seu dentista, sua saúde.

Use-se para progredir na vida. Alguma coisa você já deve ter aprendido até aqui. Encoste-se na sua própria experiência e intuição, honre sua história de vida, seu currículo, e se ele não for tão atraente, incremente-o.

Use sua voz: marque entrevistas. Use sua simpatia: convença os outros. Use seus neurônios: pra todo o resto. E este coração acomodado aí no peito? Use-o, ora bolas. Não fique protegendo-se de frustrações só porque seu grande amor da adolescência não deu certo. Ou porque seu casamento até-que-a-morte-os-separe durou "apenas" 13 anos. Não enviuve de si mesmo, ninguém morreu.

Use-se para conseguir uma passagem para a Patagônia, use-se para fazer amigos, use-se para evoluir. Use seus olhos para ler, chorar, reter cenas vistas e vividas – a memória e a emoção vêm muito do olho.

Use os ouvidos para escutar boa música, estímulos e o silêncio mais completo. Use as pernas para pedalar, escalar, levantar da cama, ir aonde quiser. Seus dedos para pedir carona, escrever poemas, apontar distâncias. Sua boca pra sorrir, sua barriga para gerar filhos, seus seios para amamentar, seus braços para trabalhar, sua alma para preencher-se, seu cérebro para não morrer em vida.

Use-se. Se você não fizer, algum engraçadinho o fará.

E você virará assunto de beira de praia.

[Martha Medeiros]


Muitas vezes nos ocultamos e deixamos outras pessoas tomarem nossas ações, nossas decisões, nossos pensamentos e nossas almas, o que quero dizer é que, muitas vezes, outras pessoas tomam posse do que seria nossas vidas por direito. E porque deixamos isso? Porque não nos amamos o suficiente, para apertar a tecla "Delete", e deletar isso ou aquilo da gente... Mas, a autora tem toda a razão em dizer que, primeiro a gente tem que se "usar" pra nós mesmos e depois para os outros, primeiro vem a nossa essência depois do outro. Porque senão, perdemos nossa originalidade e passamos a ser fantoches, com cordas que muitas vezes são tão duras, que nem a tesoura mais afiada do mundo consegue cortar... Mas, a pessoa que conseguirá cortar essas cordas, é somente a gente, somente eu consigo cortar a corda que me prende... E é com esta consciência que sigo, não pretendo viver com amarras e nem com cordas que não se cortam... Prefiro viver, usar e abusar de uma única pessoa que me ama, EU!!!

Beijos meus queridos e um ótimo final de semana!!!

Eli Amorim.

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