Eu mesma já cai em tentação muitas e muitas vezes. Hoje, estou desempregada, mas tinha époxa em que não podia ver um belo par de sapatos que já tirava a carteira da bolsa. Outras vezes, eram os vestidos, as calças, as bolsas. Pior é que estava sempre com a conta no vermelho e, por isso, alimentava um sentimento de frustração.
Sabia que aquela satisfação era ilusória, momentânea, Ao longo do tempo, passei a me questionar: "Será que faz parte do DNA feminino viver em pé de guerra com as finanças?" Cheguei à conclusão de que não. Ora, quando era criança, adorava guardar dinheiro no cofrinho. Me lembro perfeitamente da minha felicidade ao olhar lá dentro e ver as notas cuidadosamente dobradas... Tinha também o exemplo dos meus pais. Eles diziam: "Se você não tem dinheiro, não compre."
Acontece que cresci, comecei a receber salário no fim do mês e, acreditava eu, aa conquistar minha independência. Aí, já viu... Mal sabia que as dívidas eram como uma bola de ferro no pé. Felizmente, minha fase consumista não durou tanto.
Vai dizer que nem uma vezinha compensou uma desilusão amorosa com um bom banho de loja? Achamos que um batom, um brinco ou um vestido novo vão preencher o vazio interior e, quem sabe, ajudar a conquiastar alguém que valha a pena. Uma vez li que, para a gente, o efeito da compra é o mesmo que o do chocolate. Estimula a produção de serotonina. Bom, eu prefiro o chocolate.
A verdade é que nossa intimidade com o universo econômico é recente. Começou quando entramos no mercado de trabalho e no mundo da competição, quando passamos a efetivamente fazer parte de uma sociedade que cultiva o exibicionismo e o consumo. Talvez por isso seja comum cairmos em algumas armadilhas, como a de não poupar tanto ou gastar com supérfluos.
Não que eu seja contra gastar. Apenas acho que dá pra fazer isso de forma saudável, dentro do seu limite, e não no do cheque especial. Apesar de a relação com o dinheiro ser como outra qualquer, cheia de altos e baixos, embriaguez e ressaca, você pode declarar paz reconhecendo que é a única responsável pelo seu saldo bancário. E digo por experiência própria: quando aprendemos a poupar e investir, experimentamos um prazer diferente, concreto, duradouro. Parece que as contas equilibradas, e não o contrário, aumentam a nossa segurança e auto-estima.
Eli Amorim.
1 comentários:
Eu que o diga...economizar nunca foi uma das minhas características, sou consumista ao extremo, mas já sou madura o suficiente pra dá um basta e começar a ter mais responsabilidade. Preciso dormir e acordar em paz com a minha consciência, o que adianta comprar o que se tem vontade e quando as contas começam a chegar você não tem como pagar? esse ano vou quitar todos os meus débitos e com minha consciência também..chega ponto e basta.
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