Antes de começar o meu relato, gostaria de deixar aqui o significado da palavra dor, não falo da dor sentimental, que muitos já passaram, assim como eu, falo de outro tipo de dor, a dor do corpo, segundo os estudiosos, a dor é extremamente benéfica: nos alerta, imediatamente, que algo está prejudicando o nosso corpo. A dor é uma linguagem: células nervosas especializadas no sentido da dor (nociceptores), que existem aos milhares em cada milímetro de nossa pele, transmitem estes impulsos ao nosso sistema nervoso central (SNC) que responde tentando afastar a parte do corpo afetada do estímulo doloroso.
Pra mim, a dor é uma sensação desagradável, que varia desde desconforto leve a excruciante. Li que as civilizações antigas escreveram em placas de pedra os primeiros relatos de dor e o tratamento utilizado: pressão, água, calor e sol. O homem primitivo relacionava dor ao mal, magia e demônios. O alívio da dor era responsabilidade de feiticeiros, shamans e sacerdotes, que utilizavam ervas, rituais e cerimônias no manejo.
A dor foi sempre muito presente em minha vida. Quantas vezes chorei minhas dores e desfiei rosários de lamentações, sempre divisando muito próximo o acaso da minha presença terrena. Nunca, entretanto, a dor física superou a emocional.
Minha dor não é da alma, nem faz parte de versos lamuriosos. É estranho como as coisas acontecem em nossa vida, hoje senti um medo desesperador, uma mistura de angústia e dor, senti como estivesse me esvaindo, terminando minha passagem por aqui.
Enquanto sentia fortes dores de cabeça e dores pelo corpo, me lembrei do filme da minha vida, não poderia parar por aqui, Deus não faria isso comigo, não me deixaria sem um resposta, a pergunta que faço a ele todos os dias.
As dores cada vez mais intensas, mas fria, mais desumana, sentia minha mão gelada e minha pernas doíam, nossa como doíam, pensei que não levantaria mais da minha cama. Enquanto essas dores não cessavam, procurava desesperadamente um telefone de algum conhecido para que eu pudesse ligar, pedir ajuda. Liguei pra minha irmã, e ela ligou para o meu irmão, o meu anjo-enfermeiro.
Meu irmão trabalha há muitos anos em um dos hospitais da cidade de São Paulo, é um hospital público, e me dá um orgulho danado em saber que meu irmão faz a diferença lá, pude observar mesmo com dor, como ele trata os pacientes, realmente ele tem o dom.
Ele me recebeu na porta do PA, onde chorando de dor, quase não o deixei que medisse minha pressão, porque a dor era tanta, que até a minha pele estava sensível ao toque.
Enquanto esperava pelo atendimento médico, as dores se intesificaram, cheguei a ter "pontadas" fortes na cabeça. vinham a todo segundo, como se fosse um espada cravando na minha cabeça, para me avisar, "olha, estou aqui Eli, não fui embora". E como eu queria que ela fosse embora... Assim como as coisas ruins que já me fizeram tanto mal... Só queria me livrar desta dor...
A médica nada sensível, fez algumas perguntas e me examinou, repassou o meu histórico clínico, recebi algumas medicações na veia, e aos poucos, fui me acalmando, ficando mais tranquila...
Aos poucos as dores foram indo embora, porque enquanto eu as tinha, eu me perguntava, porque comigo? Mas, quando olhava para os lados, vi que tinha pessoas em piores condições que a minha, cada um que estava naquele ambulatório, tinha uma história, eu também tinha a minha história, e a dor que eu sentia era minha, só minha, não no mesmo grau, mas era da Eli, de mais ninguém... só minha...
Enquanto tomava minhas medicações pensei nas campanhas de Doação de Medula Óssea, no meu desejo de ajudar, de fazer uma carreira construtiva, nas pessoas que precisavam de mim... Sim!!! Ainda sentindo dor, pensei nos outros.
Louca? Talvez.
Sta Eli? Não.
Posso dizer: Eli Humana, isso sim...
Penso que Deus não me colocou aqui pra não fazer nada, não ter história, ele tem uma missão pra mim, pra ti que está lendo agora, tem um propósito, um tempo, um lugar, e eu? Respeito e aceito isso.
Ele me deu uma "sacudida" hoje, sabe aquele ditado: "Há males que vem para o bem?" Pois é, foi preciso eu ter dores, passar um filme na minha cabeça, para que eu valorizasse as pessoas que REALMENTE se preocupam e gostam de mim. Abri os olhos, começo a enxergar tudo de uma outra forma agora...
Nada de sofrer, esperar, lutar por aqueles que nem ao menos merecem uma mão amiga. Luto agora por aqueles que querem viver assim como eu, que querem uma vida tranquila, que não tem medo dela, que valoriza a família e os amigos.
Pra mim, a dor é uma sensação desagradável, que varia desde desconforto leve a excruciante. Li que as civilizações antigas escreveram em placas de pedra os primeiros relatos de dor e o tratamento utilizado: pressão, água, calor e sol. O homem primitivo relacionava dor ao mal, magia e demônios. O alívio da dor era responsabilidade de feiticeiros, shamans e sacerdotes, que utilizavam ervas, rituais e cerimônias no manejo.
A dor foi sempre muito presente em minha vida. Quantas vezes chorei minhas dores e desfiei rosários de lamentações, sempre divisando muito próximo o acaso da minha presença terrena. Nunca, entretanto, a dor física superou a emocional.
Minha dor não é da alma, nem faz parte de versos lamuriosos. É estranho como as coisas acontecem em nossa vida, hoje senti um medo desesperador, uma mistura de angústia e dor, senti como estivesse me esvaindo, terminando minha passagem por aqui.
Enquanto sentia fortes dores de cabeça e dores pelo corpo, me lembrei do filme da minha vida, não poderia parar por aqui, Deus não faria isso comigo, não me deixaria sem um resposta, a pergunta que faço a ele todos os dias.
As dores cada vez mais intensas, mas fria, mais desumana, sentia minha mão gelada e minha pernas doíam, nossa como doíam, pensei que não levantaria mais da minha cama. Enquanto essas dores não cessavam, procurava desesperadamente um telefone de algum conhecido para que eu pudesse ligar, pedir ajuda. Liguei pra minha irmã, e ela ligou para o meu irmão, o meu anjo-enfermeiro.
Meu irmão trabalha há muitos anos em um dos hospitais da cidade de São Paulo, é um hospital público, e me dá um orgulho danado em saber que meu irmão faz a diferença lá, pude observar mesmo com dor, como ele trata os pacientes, realmente ele tem o dom.
Ele me recebeu na porta do PA, onde chorando de dor, quase não o deixei que medisse minha pressão, porque a dor era tanta, que até a minha pele estava sensível ao toque.
Enquanto esperava pelo atendimento médico, as dores se intesificaram, cheguei a ter "pontadas" fortes na cabeça. vinham a todo segundo, como se fosse um espada cravando na minha cabeça, para me avisar, "olha, estou aqui Eli, não fui embora". E como eu queria que ela fosse embora... Assim como as coisas ruins que já me fizeram tanto mal... Só queria me livrar desta dor...
A médica nada sensível, fez algumas perguntas e me examinou, repassou o meu histórico clínico, recebi algumas medicações na veia, e aos poucos, fui me acalmando, ficando mais tranquila...
Aos poucos as dores foram indo embora, porque enquanto eu as tinha, eu me perguntava, porque comigo? Mas, quando olhava para os lados, vi que tinha pessoas em piores condições que a minha, cada um que estava naquele ambulatório, tinha uma história, eu também tinha a minha história, e a dor que eu sentia era minha, só minha, não no mesmo grau, mas era da Eli, de mais ninguém... só minha...
Enquanto tomava minhas medicações pensei nas campanhas de Doação de Medula Óssea, no meu desejo de ajudar, de fazer uma carreira construtiva, nas pessoas que precisavam de mim... Sim!!! Ainda sentindo dor, pensei nos outros.
Louca? Talvez.
Sta Eli? Não.
Posso dizer: Eli Humana, isso sim...
Penso que Deus não me colocou aqui pra não fazer nada, não ter história, ele tem uma missão pra mim, pra ti que está lendo agora, tem um propósito, um tempo, um lugar, e eu? Respeito e aceito isso.
Ele me deu uma "sacudida" hoje, sabe aquele ditado: "Há males que vem para o bem?" Pois é, foi preciso eu ter dores, passar um filme na minha cabeça, para que eu valorizasse as pessoas que REALMENTE se preocupam e gostam de mim. Abri os olhos, começo a enxergar tudo de uma outra forma agora...
Nada de sofrer, esperar, lutar por aqueles que nem ao menos merecem uma mão amiga. Luto agora por aqueles que querem viver assim como eu, que querem uma vida tranquila, que não tem medo dela, que valoriza a família e os amigos.
Desejo VIDA e FELICIDADE urgente pra gente, pra mim, pra você!
Eli Amorim.
P.S: Estou bem melhor agora!
0 comentários:
Postar um comentário